segunda-feira, 31 de agosto de 2009

OS NOMES DE TIAGO


Santiago Maior, também chamado Santiago de Compostela, foi um dos doze apóstolos de Cristo. Tiago foi feito santo e chamado Santiago Maior para diferenciá-lo de outros santos de nome Tiago, como o apóstolo Santiago Menor, ou ainda, Santiago, o Justo. Os nomes Tiago e Jaime derivam indiretamente do latim Iacobus, por sua vez uma latinização do nome hebraico Jacob (aportuguesado para Jacó). Com o decorrer do tempo, o nome evoluiu em diversas direções consoante as línguas: manteve-se Jakob em alemão e noutras línguas nórdicas, James em inglês e Jacques em francês.Segundo o Novo Testamento, Tiago era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão do apóstolo São João Evangelista. Teria nascido em Betsaida, na Galiléia. Tal como o seu pai e o irmão o apóstolo João, Tiago era pescador no Mar da Galiléia, onde trabalhava com André e Simão Pedro. Tiago, Pedro e João teriam sido os primeiros a abandonar tudo para seguirem Jesus como seus discípulos.
Santiago, o Apóstolo, pregador das terras ibéricas, é representado com um livro na mão e um cajado.
Santiago, o Peregrino, que caminhou pela Espanha para difundir o cristianismo, é representado como um peregrino, usando capa com as vieiras (conchas de um marisco muito encontrado nas costas galegas), sandálias e o cajado.
Invadida pelos mouros, a Ibéria estava em plena guerra pela recuperação do seu território, num período histórico conhecido como Reconquista. Santiago, o Matamouros, surgiu montado em um cavalo branco quando da batalha entre Ramiro I e Abderraman II, conhecida como a batalha de Clavijo (La Rioja), em 23 de maio de 844. Conta-se que durante esta batalha os espanhóis estavam perdendo, devido a sua inferioridade numérica, e que conseguiram vencer a batalha com a chegada do cavaleiro desconhecido.Santiago Matamouros é representado cortando cabeças de mouros. Em tempos atuais as imagens tem sua base coberta de flores, escondendo os mouros e suas cabeças decepadas. Os moradores de Santiago de Compostela chamam esta imagem de Santiago Mataflores.Conta-se ainda que durante a conquista hispânica na América, a iconografia de Mata-Mouros foi readaptada, surgindo a figura de Santiago Mata-Índios, que se tornou símbolo da conquista tanto de corpos quanto de almas no Novo Mundo.Foram consultadas as seguintes páginas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Santiago_Maior
http://j2da.wordpress.com/tag/cervantes/http://www.adventurezone.com.br/print.php?id=89

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O TRIKEL

O Trikel é um dos elementos mais presentes na arte Celta e simboliza a união daquele povo antigo. Conta-se que o Trikel proporciona a seu portador: a força do guerreiro, a habilidade do artesão e o esforço do lavrador.

Este importante símbolo celta é uma espécie de estrela de três pontas, o que confere ao símbolo uma graciosa fluidez de movimento. O símbolo representa as tríades da vida em eterno movimento e equilíbrio, como as tríades de “nascimento, vida e morte”; “corpo, mente e espírito”; “céu, mar e terra”. Os Celtas consideravam o três como sendo um número sagrado e a presença do Trikel em achados arqueológicos em terras celtas da Irlanda à Europa Oriental, atesta sua ampla adoção pelos antigos. Seu conteúdo mítico-literal é amplamente fornecido pela infindável variação desse tema na literatura irlandesa e galega.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

HISTÓRIA DA GALÍCIA EM QUADRINHOS

AS PALILLEIRAS DA GALÍCIA

Em 2007, durante a minha pesquisa no Mestrado em Educação da UFRGS, usei a RENDA DE BILROS como metáfora para construir toda a minha metodologia de pesquisa. Aqui no sul do Brasil a renda de bilros é conhecida como um artesanato tipicamente português. Na minha primeira visita ao Museo do Pobo Galego, no início de 2008, em Santiago de Compostela, fiz muitas descobertas interessantes. Entre elas, que a renda de bilros é também um artesanato típico daquela região. Vale lembrar que a Galícia é geograficamente muito próxima a Portugal, o que faz com que coexistam algumas semelhanças (e outras tantas diferenças) tanto na língua quanto na cultura. O povo galego, no entanto, é super articulado para preservar e divulgar a sua cultura.
Na Galícia fazem-se até hoje finíssimos trabalhos de encaixe de palillos (bilros). Em outros tempos, as palilleiras (rendeiras) eram geralmente mulheres e filhas de pescadores, que desenvolviam esta tarefa como um complemento à economia da família. Elas juntavam-se à “palillar” (tecer a renda) na casa de uma delas. Os rapazes também iam, para fazer a corte às rendeiras mais novas. A região de Camariñas é o local onde atualmente se concentra a maior produção e comercialização da renda, este ano (2009) foi realizado o 1º Concurso de Encaixe de Camariñas e a 2ª Festa da Palilleira.

A HISTÓRIA DE SANTIAGO E O ANO JACOBEU

Tiago (Santiago) foi o apóstolo que, após a crucificação de Jesus Cristo, seguiu pregando o evangelho até a Galícia, na Espanha. Ao regressar a Jerusalém, foi decapitado pelo Rei Herodes. Seus restos mortais foram então levados de volta à Espanha por dois dos seus discípulos, numa viagem de barco que durou 7 dias, sendo lá enterrado. Em princípios do milênio passado, segundo a lenda, um camponês chamado Pelayo, guiado por fenômeno parecido com uma chuva de estrelas, encontrou, em um grande campo, a sepultura do Apóstolo. Este fato se espalhou rapidamente, fazendo com que uma legião de pessoas começasse a peregrinar até Santiago de Compostela, a título de visitar o túmulo do Apóstolo. A palavra Compostela, significa segundo a lenda, campo de estrelas.
O ANO JACOBEO
Anos santos são anos em que, em determinados santuários, os peregrinos que os visitarem, com espírito piedoso e cumprirem certos preceitos, obterão benefícios espirituais especiais. O Papa Calisto II decretou pela primeira vez como Ano Santo de Santiago de Compostela o ano de 1112, mas foi Alexandre III que, em 1179, decretou a sua perpetuidade, estabelecendo que sempre que num ano o dia de Santiago, 25 de Julho, coincidisse com um domingo, esse ano seria declarado ano santo. A cadência é de 11, 6, 5 e 6 anos (o último foi 2004 e os próximos serão 2010, 2021 e 2027). É corrente referir-se aos anos santos de Santiago como anos santos jacobeus (ou jacobeo, em castelhano, e xacobeo, em galego), já que Tiago e Jacob são o mesmo nome.
A cidade de Santiago de Compostela é para mim uma das cidades mais fantásticas e encantadoras que já visitei. Me faltam palavras para descrever como é estar lá. Passear por seu centro histórico é como passear por épocas distantes. O tempo flui diferente lá. As pessoas são receptivas e alegres. Estranhamente eu não me sinto turista em Santiago, me sinto parte daquele lugar. Não sei se é porque meu bisavô veio daquela região da Espanha, se é pelas histórias que li, ou porque realmente Santiago de Compostela é mágica. Mas sei que Santiago é um lugar pra se voltar sempre.